Plantações foram cobertas pela areia vinda dos rios próximos |
Brasília - O Banco Central (BC) ampliou os prazos para a
comunicação de perdas agrícolas na região serrana do Rio de janeiro.
A medida atende aos empreendimentos amparados pelo
Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA). A carta-circular foi publicada hoje (3) no Diário Oficial da
União.
A notícia é boa para os produtores rurais que financiam
sua produção. Em Teresópolis seu número é pequeno e não deve minimizar muito a
situaçã o de agricultores e distribuidores (antigamente também chamados de
atravessadores) independentes das hortaliças que o município produz.
Um cálculo razoavelmente confiável aponta que Teresópolis
produz 80% das folhosas (alface, couve, agrião, coentro, etc) consumidas no
Grande Rio.
A tragédia do dia 12 de janeiro, além da destruição das
lavouras trouxe junto à falta de energia (com a queda de postes e redes) em alguns
casos só restabelecida duas semanas mais tarde.
Como em Teresópolis a irrigação é intensiva, as bombas
não funcionaram e muitas plantações foram a nocaute queimadas pelo sol
abrasador e o calor intenso.
O distribuidor José Willians Macedo de Deus embora
continue trabalhando acredita que seu faturamento caiu em torno de 70%.
Segundo ele a redução na produção alterou para cima o
preço de alguns produtos levados para supermercados, sacolões e quitandas de
cidades próximas subiu muito.
O que obviamente não agrada ao consumidor nem aos donos
de pontos de venda.
Como esses pontos de vendam só pagam pelo que é vendido
em seus tabuleiros e gôndolas, Macedo reduziu a compra e desce, hoje, com o
caminhão mais vazio.
Segundo ele o engradado (conhecido como “pregadinho”) de
alface passou de R$ 3,00 para R$ 10,00. O molhe de couve mineira foi de R$ 0,15
para 0,50, o de agrião de R$ 0,20 para R$ 0,40, o coentro de R$ 0,15 para 0,50
e o cheiro verde de R$ 0,15 para R$ 0,30.
São apenas alguns dos exemplos, mas a queda da produção
deve afetar, inclusive, a taxa de inflação no Rio de Janeiro.
Para José William Macedo de Deus no momento os
agricultores da região do entorno da Teresópolis-Friburgo vivem um momento de
apreensão e perplexidade.
Muitos querem sair em busca de locais mais seguros; o
problema é que em Teresópolis não existem tantas ares disponíveis para a
agricultura. Além disso, alguns são proprietários da terra onde tinham suas
lavouras”, explica.
Macedo perdeu a casa com tudo o que havia dentro,
“inclusive o computador”, levado pela enxurrada. Ele não estava em Teresópolis
no momento da tragédia e sua mulher e filha tiveram que sair e buscar abrigo na
casa da mãe do comerciante, um sobrado de dois andares na beira da
Teresópolis-Friburgo, no centro de Vieira.
Reportagem: José Attico
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