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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Orçamento Participativo em Teresópolis: um novo método de administrar a prefeitura?

Integração de baixo para cima? Um novo estilo de administrar as prefeituras? Uma fórmula que entra em choque com o estilo tradicional, em que vereadores estabelecem o elo entre as reivindicações da população e o executivo?

Ou a maneira encontrada por alguns prefeitos para chegar diretamente à população angariando popularidade e votos?

“Pode ser tudo isso e mais alguma coisa”, diz a secretária do Orçamento Participativo, Denise Lobato, que entra em seu segundo ano à frente do programa, “mas não concordo que possam haver choques entre o novo e o tradicional.


Acredito na convivência com os vereadores trabalhando numa área, digamos mais técnica, legislando sobre assuntos que nem sempre são perceptíveis ao cidadão comum, ao líder comunitário, que tem reivindicações mais próximas e imediatas.”
Na prática, o Orçamento Participativo é a reunião de várias comunidades em regiões. Em Teresópolis são dez regiões incluídos aí os dois distritos. As pessoas que atendem ao chamado da prefeitura reúnem-se e apresentam suas reivindicações que são transformadas em propostas.

Depois, essas propostas são votadas e a vencedora entra na pauta da prefeitura. O antigo PAM da Barra que está sendo reerguido é um exemplo de atendimento às propostas do OP.
O Orçamento Participativo, que está em seu segundo ano, provoca reações de euforia e algumas desconfianças. A principal é sobre sua continuidade: “vai continuar mesmo?” pergunta cético, um funcionário da prefeitura que, por motivos óbvios, não quer ser identificado. Já os que estão sendo beneficiados nem querem ouvir falar em paralisação.

É o caso dos participantes da Operação Trabalho, uma reivindicação da Região Sete (Jardim Meudon, Meudom, Bom Retiro, Ermitage, Vale da Revolta).

No ano passado, durante a plenária, a proposta vencedora, segundo a ótica dos moradores, foi a criação de trabalho e renda. A resposta da administração Jorge Mário foi a montagem da Operação Trabalho.

Quatrocentas pessoas estão hoje nas ruas atuando como garis e funções próximas e no centro, onde substituíram os adolescentes do antigo Promaj nos estacionamentos. A maioria saiu do cadastro do Bolsa Família e estava desempregada. Como a proposta foi da Região Sete, foi daqueles bairros que saiu o maior número de “bolsistas” da Operação Trabalho.

De segunda a sábado essas pessoas trabalham para ganhar um salário mínimo e duas passagens. Ficam nas ruas durante seis horas e depois têm que freqüentar cursos que possam ajudar na integração ao mercado de trabalho.

Fabiana de Queiroz Faria que na segunda-feira (23) teve sua proposta vencedora na plenária da Região Seis (Fátima, Araras, Caxangá) aprovada em primeiro lugar, não quer nem pensar no fim do programa: “tenho que pensar positivo, eu corri muito atrás desse trabalho”, conta.

“O momento difícil do Orçamento Participativo é agora”, explica a secretária Denise Lobato. Isso porque as pessoas estão esperando que suas propostas sejam cumpridas, mas em alguns casos a burocracia atrasa.

“São convênios com os governos estadual e federal que custam a ser assinados porque há muitas exigências tanto por parte da prefeitura quanto dos governos”, explica. “Mas já conseguimos resolver um problema que apareceu em todas as plenárias: a iluminação pública.”

Uma realidade comum em Teresópolis era o pagamento de taxa de iluminação, mesmo quando não existia ou era precaríssima. “Como a Ampla não dava conta, a prefeitura contratou uma empresa e está resolvendo o problema.

Outros convênios já estão contratados e algumas obras, grandes e pequenas, já estão em andamento. Entre o terceiro e quarto anos da administração Jorge Mário, os participantes das plenárias do Orçamento Participativo estarão vendo todas ou quase todas suas reivindicações atendidas” conclui a secretária.
Texto de José Attico


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