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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entrevista: Cláudio Mello

Arrogante, prepotente, encrenqueiro são alguns dos epítetos atribuídos pelos adversários ao Vereador Cláudio Mello. Para os amigos ele não é nada disso, o que acabou se confirmando durante a entrevista.

Seu comportamento foi suave, o tom da conversa não subiu, nem mesmo quando entraram em pauta suas discussões com o atual presidente da Câmara, Habib Tauk.


 Aliás, o vereador do PT fez questão de dizer que seu problema com Tauk não é pessoal e que “os debates (e embates) fazem parte da prática democrática”.

Casado, 42 anos, duas filhas, bancário, sua trajetória começou com a atuação sindical em 1989, como diretor de base. A seguir, Mello foi presidente do sindicato dos bancários de Teresópolis por duas gestões e estava na terceira, quando veio a candidatura e, mais tarde, a eleição para a Câmara.

No sindicato, chegou à vice-presidência da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo e negociador do comando nacional da categoria. Durante esse período, foi assinado com os banqueiros o chamado contrato nacional, que estabelece o mesmo salário para bancários do Oiapoque ao Chuí.

Primeira Tentativa
“Durante o período de militância sindical, tive a oportunidade de acompanhar, mais detalhadamente, as práticas de gestão pública e verificar como as administrações eram não só imorais, como atrasadas.

Então, uma parcela dos sindicalistas chegou à conclusão de que o ingresso na política não só poderia melhorar os quadros, como expor os políticos responsáveis por imoralidades em Teresópolis,” lembra. “Até então, nós apoiávamos o vereador Ubiratan de Souza, o Bira, que deixou a política partidária”.

A primeira tentativa de chegar à Câmara não deu certo. Os 800 votos - foi o segundo mais votado do PT - não levaram Cláudio Mello a uma das cadeiras, mas o vereador ganhou experiência. E viveu momentos de muita emoção quando subia os morros de Teresópolis em busca de votos. 

“Um amigo, faxineiro de um dos bancos da cidade fez, por conta própria, uma reunião na casa dele. Eram umas 30 pessoas e depois que eu falei da minha proposta, foi servido um guaraná com cachorro quente. Mais tarde, eu soube que esse companheiro tinha pego o guaraná fiado na barraquinha próxima e isso me emocionou bastante.”

Relutância
Cláudio Mello conta que sua campanha “é geralmente mais difícil. Eu não troco voto por tijolos, cimento ou mesmo promessas que não poderão ser cumpridas no futuro.

Faço propaganda pela valorização da vontade do eleitor. Na primeira vez que concorri, mesmo não tendo sido eleito, recebi os cumprimentos do juiz eleitoral, Carlos Basílico, pela campanha educativa que fiz”, lembra.
O vereador do PT diz que relutou muito antes de sair candidato em 2008. “Eu sabia como era difícil e que ia ter, forçosamente, que entrar em contato com práticas contrárias a minha maneira de ver a política.”

“Então, eu procurei aconselhamento com o Biscaia (Antônio Carlos, deputado federal pelo PT). Ele me disse que ficasse à vontade, mas torcia muito para que minha decisão fosse pela busca de um mandato. Relutei, mas vi que depois de 15 anos de militância eu não tinha o direito de recuar”.

A explicação do vereador para o número grande de votos nas áreas carentes de Teresópolis é simples: “É a capilaridade social”. Quando trabalhava no Itaú, eu estava sempre em contato com aposentados.

Era também colega de trabalho de pessoas mais humildes, como faxineiros e vigilantes. Esses homens e mulheres sabiam da minha militância e concordavam com as posições que eu defendia. Daí, a apoiarem a candidatura, foi apenas um passo.

Sobre seus embates com Habib Tauk, Cláudio Mello diz que “prefere resolver as diferenças politicamente antes de levar para o judiciário. O que já aconteceu”.
“Até porque quando se parte para o pessoal, a população é a que leva a pior”. Um dos choques com o presidente da Câmara aconteceu no caso de concurso público com resultado suspeito, em que 12 vereadores acabaram pedindo anulação.

Leis aprovadas
O vereador Cláudio Mello teve aprovadas leis que contribuíram para o desenvolvimento da cidadania do município. A Lei Municipal 2.813 autoriza o Executivo Municipal a implementar em Teresópolis o Programa Nacional de Segurança com Cidadania, Pronaci, com o objetivo de priorizar prevenção e buscar as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social.

A Lei Municipal 2.807 institui a Semana Municipal de Agricultura Ecológica, que passará a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município, com o objetivo de divulgar a agricultura ecológica desenvolvida por centenas de produtores familiares que privilegiam o plantio sem agrotóxicos.

Outra, a Lei Municipal a 2.830 (Contra a Pedofilia) protege crianças e adolescentes de violência ou exploração sexual.

Uma dezena de leis de autoria de Cláudio Mello permite, por exemplo, a veiculação de propaganda institucional na traseira das bancas de revista, propõe a capacitação de motoristas de táxi (Táxi Turismo) para atender à demanda crescente de pessoas que vêm passar férias e fins de semana na cidade.

A Lei Municipal 2.819 concede licença autonomia de táxi ao cônjuge ou herdeiro sobrevivente do (a) guarda municipal que venha a falecer em serviço.  

  

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