São 45
franquias em 17 estados. A escolinha de futebol Zico camisa 10 faz sucesso em
Teresópolis, com cerca de 140 alunos com idades de três a 18 anos. Mas a
parceria com o CFZ e o Flamengo não prioriza a busca de jogadores de alto
rendimento.
“O objetivo é
formar cidadãos”, diz Fabiano Guarilha, um ex-jogador com passagens por
Portugal, Indonésia e China, o “professor”, que está viabilizando a vinda do
ex-craque do Flamengo ao Comary, para incentivar ainda mais a garotada.
O perfil dos meninos e adolescentes que
treinam três vezes por semana, num desgastado campo de futebol soçaite é de
classe média alta. “Muitos pais veem o treinamento como um agradável lazer para
os filhos.
Mas outros,
mesmo pessoas de recursos, põem muita pressão; querem que o garoto seja jogador
de futebol a qualquer custo, o que não é bom”, explica o treinador.
Um sistema
de “apadrinhamento” vem permitindo que garotos sem recursos para pagar
matrícula, mensalidades e o kit esportivo frequentem a escolinha, com patrocínio
de empresários da cidade. Dez por cento dos alunos estão nesse caso.
O padrinho
arca com as despesas e o menino não precisa fazer teste para entrar na
escolinha, não precisa, necessariamente, ser bom de bola para frequentar o
campinho do Comary.
“Menina não entra”
Embora
aberto a meninas que gostem de jogar futebol, o Zico Camisa 10 de Teresópolis
só é frequentado pelo sexo masculino. “Algumas meninas chegaram a treinar, mas
desistiram”, diz Guarilha, que conta com o auxílio de outros dois ex-jogadores
no treinamento da garotada: Marcelo, ex-Fla, que jogou na Guatemala e Costa
Rica e Sid, goleiro de futebol de salão com passagens pelo Vasco e América.
O menino que
possui “um talento nato” pode, se quiser, passar a uma segunda fase. É que
Fabiano Guarilha, dono da marca “Escola de Craques”, tem campos de treinamento em Vargem Grande,
Bonsucesso e na cidade vizinha de São José do Vale do Rio Preto.
Nesses
locais, os treinos acontecem às terças, quintas e sábados (no Comary as aulas
são às segundas, quartas e sextas) e servem para intensificar a preparação
técnica e tática de garotos que desejem – e tenham talento para isso - ingressar no mundo, um tanto restrito, do
futebol profissional.
Nesse caso,
estão Igor que joga no Criciúma, de Santa Catarina e Felipe, do Texas Rush, dos
Estados Unidos. Um terceiro garoto viajou recentemente para Portugal, onde faz
testes no Sporting. Fabiano Guarilha diz
que a formação de um jogador de futebol “é, em geral, um processo de médio a
longo prazo”.
Mesmo assim, volta e meia, clubes e
empresários de futebol procuram a escolinha em busca de perfis específicos. “Recentemente, o pessoal do Vasco telefonou
para saber se algum menino, atacante, nascido em 95 e com 1,85 m estava
treinando aqui na escolinha”.
Treino no campo, jogos pela TV e
videogame
Para João Victor
Saragô, 11 anos, o futebol é uma paixão. Tão grande que trocou a quadra pelo
gramado “para ter que se esforçar mais“. Entre a escola, aulas de Kumon e Inglês,
Saragô ainda encontra tempo para assistir futebol pela TV.
Quando o
jogo acaba, o torcedor do Botafogo corre para o videogame. Na tela, jogos de seleções
e equipes famosas do mundo inteiro. “Eu queria ser jogador de futebol, mas a
minha mãe diz que eu tenho que estudar”, explica.
Leonardo
Pedrosa Pinto tem o mesmo desejo. Considerado pelos “professores” uma promessa,
aos seis anos ele treina com a garotada do sub 9. Para aprimorar a forma,
embora prefira o campo, Léo treina na quadra de futebol de salão às segundas e
quintas (no campo o treinamento é as segundas, quartas e sextas).
No último
domingo, quando o Zico camisa 10 ganhou do Rio Soccer, o garoto entrou em campo
no sub 7 e depois no sub 9.
É dura a vida
do craque.
Texto
de José Attico
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