Visite Também

Visite também o Blog do José Attico.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Marina Silva e a arte de governar o Brasil


Há segmentos da velha classe média que estão encantados com a performance de Marina Silva nessa eleição. O desempenho meio irresponsável da ex-petista diante de câmeras e microfones dizendo que vai fazer o que não pode, excita setores jovens que se dizem cansados da dicotomia PT/PSDB. Se Marina chegasse ao poder o que aconteceria?

Muita gente não se lembra (ou não quer se lembrar) do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Marina não é Melo, que ao se candidatar exibia não um currículo, mas uma folha corrida das mais extensas. Boa parte da direita que venceu as eleições, na época, sabia quem era o ex-prefeito, ex-governador biônico de Alagoas, mas votou nele assim mesmo. Só para derrotar Lula.

Collor também teve votos gênero Tiririca ou mesmo Paulo Maluf, de pessoas para as quais ir às urnas é uma brincadeira como o jogo de porrinha na porta do botequim. São pessoas que depois das eleições se dedicam a falar mal dos parlamentares que eles mesmos ajudaram a eleger. Ou porque receberam “um troco” ou para fazer graça ou, ainda, porque acreditam que suas vidas nada têm a ver com eleições.

Sem quadros, o presidente eleito Collor trouxe figurolas esdrúxulas para o governo, entre as quais Zélia Cardoso de Mello, a economista que apareceu na campanha e na falta de alguém com o mínimo de competência para administrar o ministério da Fazenda, acabou com o controle da economia nas mãos.

Zélia resolveu cassar as economias da classe média que acreditava na poupança da Caixa e acabou cassando o próprio Collor. Sem o sumiço da poupança os brasileiros, talvez, tivessem engolido à força as aventuras de PC Farias e sua turma e a inflação, possivelmente, chegasse aos níveis da Alemanha entre as duas guerras mundiais.

Marina, com certeza, iria botar o pé no freio da construção das hidrelétricas da Amazônia e depois não saberia o que fazer diante da iminência de apagões Brasil afora. Tomaria medidas que deixariam o Brasil sem qualquer competitividade a nível internacional e depois não saberia o que fazer com o desemprego.

Além disso, os que pretendem votar em Marina Silva não têm muita visão sobre a nossa democracia. Cheia de defeitos, mas desejada para quem já viveu 21 anos de ditadura. Marina, no poder, teria que negociar apoio para suas propostas, possivelmente com o PT e o PMDB,   partidos que ameaçam fazer grandes bancadas no próximo dia 3.

E negociar significa fazer concessões. A ex-ministra do Meio Ambiente teria o mesmo pique de Luiz Inácio Lula da Silva para trocar figurinhas com gente como José Sarney? Ou com o provável senador Aécio Neves? Ou com governadores poderosos como Sérgio Cabral? É um jogo para quem sabe jogar.

E´ estranho que se questione o conhecimento de Dilma Rousseff para o trato da coisa pública e que se veja em Marina Silva uma pessoa preparada para assumir a presidência, depois de ocupar um ministério do qual se exige pouco. Mas é assim mesmo. Adversários de menor importância não costumam ser incomodados.

Então,  a ex-ministra, fada da floresta, não deve se iludir, nem um pouco, com as manifestações de simpatia da mídia, que hoje incensa sua candidatura apenas para tentar derrubar Dilma Rousseff. Se eleita fosse, logo apareceriam dossiês e outras milongas destinados a criar constrangimentos a seu governo.


Quem seria a Zélia Cardoso de Mello, de Marina Silva? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário