Fica pronto já
em fevereiro o plano de saneamento básico para todo o município de Teresópolis.
A estimativa é do secretário do Meio Ambiente, Flávio Castro, que desde o final
de 2009 vem trabalhando nesse sentido.
A partir daí,
começa a busca por recursos para implantar redes de esgoto no centro urbano e
no interior, o que além de melhorar a qualidade de vida da população deve contemplar
a despoluição do Rio Paquequer.
O processo deverá
ser impulsionado pela disposição do governo federal, através Banco Nacional de
Desenvolvimento Social, BNDES, de financiar a implantação de saneamento básico
em todo o país.
O banco está
ultimando a edição de uma “cartilha” que vai explicar não apenas a forma como
os projetos devem ser apresentados, sob o ponto de vista técnico, mas também a
melhor maneira de ultrapassar as armadilhas da burocracia no caminho do
financiamento.
Teresópolis,
porém, parece já estar um passo adiante. Uma verba, obtida junto ao governo do
Estado, vai permitir a contratação de uma empresa de engenharia para elaborar o
projeto definitivo.
Flávio
Castro, no entanto, acha que devido às suas características, o município poderá
precisar de mais de um modelo de esgotamento sanitário. Na opinião do
secretário, nas áreas mais planas e urbanizadas do centro será possível
implantar um sistema tradicional, com estações de tratamento iguais às do Rio
de Janeiro, por exemplo.
Mas nas encostas,
nas chamadas áreas de ocupação irregular, onde ruas estreitas, vielas e
servidões não permitem a passagem de
tubulações de maior porte, outro modelo deverá ser aplicado.
Já no interior rural, o processo de saneamento
poderá passar até pela utilização de biodigestores. Nesse caso, os resíduos
sólidos poderão ser transformados em gás para abastecimento de máquinas
agrícolas, inclusive tratores.
A notícia da
edição da cartilha (e da disposição do governo federal de atuar agressivamente
no saneamento básico) foi dada, semana passada, pelo diretor das áreas de
inclusão e crédito do BNDES, Elvio Gaspar, que esteve em Teresópolis para
palestras na Aciat e no Ceac.
O anúncio
provocou um certo alvoroço entre as autoridades presentes.
Gaspar explicou que o governo Lula está alocando cerca de R$ 10 bilhões anuais para
saneamento básico. A expectativa é de que em 10 anos o país tenha alcançado um patamar europeu nesse
capítulo.
Elvio Gaspar
disse, ainda, “que o processo pode ser acelerado, mas isso vai depender dos
recursos que o governo terá à disposição. Tais recursos virão de impostos e
podem ser maiores de acordo com o desenvolvimento da economia. A expectativa é
que exista dinheiro, inclusive, para acelerar
o processo.
Ontem (4), a
Federação Brasileira dos Bancos – Febraban- fez uma previsão para o crescimento do PIB este
ano. Segundo o estudo, o Brasil deverá crescer 7,2 % em 2010. Para 2011 os
números são mais modestos, em torno de 5,2%.
Teresópolis
já tem um esboço de esgotamento sanitário funcionando no “lixão” do Fischer.
Com tecnologia de ponta, o equipamento instalado no local, além do chorume, recebe
os resíduos deixados lá por caminhões utilizados na limpeza de fossas em todo o
município.
“A água que
sai depois do processo todo é menos poluída do que antes de chegar ao local de
tratamento”, diz o secretário.
Quanto ao
gerenciamento do esgotamento sanitário, Flávio Castro tem mais ou menos a mesma
opinião que o diretor do BNDES, Elvio Gaspar. “Por enquanto não existe
definição sobre gerenciamento”, explica. “Essa é uma questão para ser resolvida
com a participação da comunidade”.
“A Cedae
está há trinta anos em Teresópolis e não investiu um real em esgotamento
sanitário. Mas seus serviços melhoraram muito em todo o estado, no atual
governo”, lembra o secretário. “Naturalmente, vamos buscar o melhor serviço com
a menor tarifa. Podemos optar por uma licitação com a participação da Companhia
ou por outro modelo”, conclui.
Texto: José Attico
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