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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Saiu no site da Folha de ontem (5)

Serra mantém vantagem sobre Dilma no eleitorado da região Sul, diz CNT/Sensus
O detalhamento da pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quinta-feira mostra que o tucano José Serra mantém vantagem sobre a petista Dilma Rousseff na disputa presidencial apenas no eleitorado da região Sul, na faixa da população com renda per capita de mais de 20 salários mínimos ao mês e com ensino superior.
A pesquisa, no entanto, mostra Dilma 10 pontos percentuais à frente de Serra na disputa. A petista aparece com larga vantagem no Nordeste e na frente entre o eleitorado feminino.

No Sul, onde Dilma construiu sua carreira política, Serra tem 42,6% das intenções de voto, contra 37,1% da petista. No Sudeste, onde Serra foi prefeito e governador, a situação é de empate técnico, de 33,5% para o tucano e de 33,2% para Dilma.

Pois é. Cada um tem seu jeito de escrever a matéria, não é mesmo? Para o repórter Marcio Falcão a informação de que Serra vence Dilma no Sul, informação antiga, diga-se de passagem, é mais importante do que os resultados da nova pesquisa Sensus/CNT que mostra a candidata do PT à presidência com 10 pontos de vantagem sobre seu adversário.

Posso imaginar uma certa dificuldade para a redação do texto, mas acredito que, no final, deve ter sido considerado brilhante. Na opinião do repórter – aí fazendo às vezes de redator, porque está trabalhando sobre um release - e seu editor. Trata-se de apresentar ao leitor do site um texto que, no mínimo, tem por objetivo confundi-lo.

Imagino também o sofrimento e o constrangimento quando da chegada do release. Tentar desqualificá-lo? Fazer um texto falando da possível incoerência do Instituto? E como explicar uma diferença tão grande entre os números do Datafolha (onde Dilma está apenas cinco pontos percentuais à frente) e os do Sensus?

É dura a vida do pessoal da Folha de São Paulo. As vendas em banca do Jornal não param de despencar e o site não serve para ancorar publicidade suficiente para manter a redação. Recentemente, o jornal tentou uma “reforma” que, na prática, não passou de maquiagem sem produzir resultados.

A esperança de conseguir um aumento significativo na propaganda institucional, num hipotético governo Serra, parece escorrer entre os dedos. O outrora poderoso jornal, que chegava a vender um milhão de exemplares aos domingos, com média semanal de 496 mil (ou seriam 498?), está na faixa de 21 mil, segundo dados do IVC publicados na revista Imprensa.

E o problema maior é que o grupo Folha, no passado, se acomodou à mídia impressa e não seguiu os passos da família Marinho. Hoje, a TV aberta (no caso a TV Globo) recolhe 50% das verbas publicitárias.

Enquanto isso, os jornais, numa crise aparentemente sem volta, preparam-se para ser ultrapassados nesse mesmo ranking pela internet. Vale lembrar que a Web já ultrapassou o segmento revistas nesse mesmo ranking. A família Frias, sempre saudosa da ditadura militar, deve estar lamentando não ter aproveitado aquele momento para ter seu próprio canal de TV.

E o que fazer agora? Dar uma guinada e começar a apoiar o governo Lula e sua candidata? Impossível. O que resta de leitores não toleraria a mudança. 

É bom lembrar que seu concorrente próximo, o Estadão, já vendeu a gráfica e praticamente terceirizou a produção do jornal.

A tentativa de atenuar os números da pesquisa Sensus/CNT é patética e exibe a fragilidade da Folha nesse momento. Esse tipo de texto acaba com a pouca credibilidade do jornal e faz com que seus leitores, os mais assíduos, desconfiem. Nesse caso, a omissão talvez fosse uma saída melhor.

A seguir o restante da matéria do site da Folha de São Paulo.

No Nordeste, Dilma está com uma vantagem de 37 pontos percentuais em relação a Serra. A petista ainda está na frente no Norte e Centro Oeste, com 4,3 pontos a mais que o tucano.

A candidata do PT também aparece na liderança entre o eleitorado feminino, com 38,1% das intenções de voto desta faixa, contra 32,1% de Serra. Entre os homens, 45,5% disseram votar em Dilma e 30,9% apontaram Serra como candidato.

Já o eleitorado mais rico (renda per capita superior a 20 mínimos) registra a maior vantagem pró-Serra, de 9,6 pontos percentuais (42,9% a 33,3%). Entre os eleitores com renda de 10 salários mínimos, Serra e Dilma estão empatados tecnicamente, com 37,4% contra 37,1%, respectivamente.

Segundo a pesquisa, Dilma lidera entre o eleitorado que marcou como formação: primário, ginasial e colegial. Serra vence entre o que apresentou ensino superior com vantagem de 5,6 pontos.


Nos dados gerais, Dilma tem 41,6% das intenções de voto, contra 31,6% de Serra. Marina Silva tem 8,5%. A pesquisa ouviu 2.000 eleitores entre 31 de julho e 2 de agosto (a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 21411/2010). A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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