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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eleições e Traições

O candidato a vice na chapa tucana já armou a primeira confusão. Disse para câmeras e microfones que o PT era “tudo de ruim e estava ligado às FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - e ao narcotráfico”.

 Resultado, o desmentido ficará no site tucano por dez dias a partir desta terça-feira. Índio da Costa pode não ser um completo idiota, como parece, mas está acostumado aos factóides, uma criação de seu mestre, César Maia.

Aliás, não é muito difícil imaginar que Maia, ao ungir da Costa, tenha criado mais um factóide para sua interminável galeria. É possível que o postulante a uma cadeira no Senado, pelo estado do Rio de Janeiro, acredite que colocar um desconhecido, inexperiente e confuso personagem, resulte em votos para a campanha de José Serra.

É complicado. A essa altura do campeonato, com Dilma já livrando cinco pontos, segundo o IBOPE, sobre seu adversário, só mesmo um desastre de graves proporções pode mudar os rumos da campanha. Pessoalmente, acredito que mesmo sob circunstâncias desfavoráveis será difícil impedir a vitória da candidata do Partido dos Trabalhadores.

Isso porque é a economia quem decide a eleição. E há muito tempo não existem no Brasil tantas condições favoráveis ao crescimento econômico. O país bate recordes sobre recordes em produção, emprego, crédito, vendas. O círculo virtuoso está instalado e algumas nuvens denunciando a possibilidade da volta da inflação – uma inflação perfeitamente controlável, diga-se de passagem – foram dissipadas.

Fica muito difícil que a nova classe média, que domina agora o cenário em termos de voto, opte por uma aventura. Os tucanos sabem disso e assim seu programa de governo é praticamente o mesmo do PT. José Serra, pelo menos nesse início de campanha, repete desesperadamente que a Bolsa Família vai continuar. Se vai mesmo, num hipotético governo tucano, é outra coisa.

Serra também desconversa quando se fala na volta às privatizações. Na tentativa de trazer alguma coisa nova para a campanha, seus marqueteiros inventaram um tal Ministério da Segurança. Ninguém sabe muito bem para o que essa novidade vai servir, já que esse item é prerrogativa dos governos estaduais. 

E para azar do tucanato, logo agora, no início da campanha, surgem atentados contra a Rota – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – queima de carros e troca de tiros entre policiais e bandidos.

Pior do que isso é a debandada de aliados. Começou com os partidos de aluguel. Alguns avaliaram mal os primeiros resultados, quando Serra era conhecido e Dilma não. 

E deram o pontapé inicial da corrida em direção ao candidato do PSDB. Voltaram rápido às hostes petistas quando outras pesquisas começaram a ser publicadas na mídia. Agora são os próprios adversários do PT que deixam Serra falando sozinho.

O senador Arthur Virgílio, outrora baluarte da causa tucana, que ameaçava fisicamente os petistas -Virgílio se diz praticante de artes marciais –associa-se ao ex-ministro dos Transportes do governo petista, Alfredo Nascimento, para tentar uma difícil reeleição no Amazonas. Será que o eleitor está entendendo alguma coisa?

Outro expoente da oposição, Agripino Maia, também senador, segue o mesmo caminho, fazendo com que sua candidata ao governo do Rio Grande do Norte, Rosalba Carlini, suma com os santinhos de Serra. 

Maia sabe que o DEM, em rápido processo de extinção, teria um último alento se, pelo menos, elegesse um governador de Estado. No caso, a senhora Carlini. O problema é que a popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva é muito grande nas regiões norte e nordeste.

Esconder o apoio à candidatura do PSDB pode melhorar o panorama?

O que impressiona é o saco de gatos em que parece estar enfiada a campanha tucana. É meio difícil de acreditar que ninguém tivesse o bom senso de descartar, de cara, um vice como Índio da Costa que já começou a dar sua contribuição para a derrocada do candidato à presidência. Será que o tucanato imaginou, dados os primeiros resultados, que Serra levaria tão fácil que era possível carregar nas costas um desconhecido?   

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