O
fisiologismo dos políticos no Brasil faz com que pesquisas tenham efeito
devastador sobre as campanhas. Ainda mais quando há suspeitas de que, em
determinado momento, mesmo as “preparadas” para ajudar esse ou aquele candidato
à presidência, ao governo do estado ou mesmo ao Senado, tenham que ser
“ajustadas” à realidade.
Os últimos
resultados da pesquisa IBOPE mostrando Dilma Rousseff cinco pontos à frente do
tucano José Serra já produziram resultados dolorosos para o tucanato. O Senador
Arthur Virgílio (PSDB-AM), por exemplo, já está aliado em seu estado ao
candidato lulista ao governo, ex-ministro dos transportes, Alfredo Nascimento.
Virgílio era
o mais destacado guerreiro tucano até seu nome aparecer na longa lista de
parlamentares que recebem benesses que acabam voltando para os próprios bolsos
ou privilegiam parentes, amigos, correligionários ou cabos eleitorais. No caso
de Virgílio, ele usava verbas do Senado para manter um amigo fazendo cursos no
exterior.
A suspeita
fez com que o senador, outrora baluarte da oposição, capaz de desafiar os
adversários com sua agressividade, fosse mudando de postura. Virgílio foi
empurrado para a massa onde estão estacionados suspeitos de corrupção de todos
os naipes. Seu nome foi desaparecendo da mídia e, nas raras vezes em que foi encontrado
por jornalistas, pouco teve a dizer.
E pior: seu
comportamento passou de agressivo para ponderado. Nos últimos meses, ao que
parece, Arthur Virgílio andou fugindo dos holofotes.
Como a popularidade de
Luiz Inácio Lula da Silva é grande na região norte, o senador amazonense vive
uma situação difícil, com a reeleição ameaçada. A saída, no entanto, parece ter sido a pior
possível: deixar de lado as raízes tucanas e juntar-se a um candidato que foi
ministro do governo do PT pode provocar a ira do eleitor fiel, conservador ou
não.
Isso porque
Arthur Virgílio não é apenas mais um senador tucano. Foi o líder do partido no Senado,
era freqüentador assíduo da mídia e esgrimia suas críticas ao governo sob
qualquer pretexto: de Jogos Olímpicos a política externa. Sua aproximação com Alfredo Nascimento deixa
espantado seus eleitores. Se voltar ao Senado, Virgílio vai começar a votar com
o PT?
Coisa
parecida acontece com a senadora Rosalba Carlini, candidata ao governo do Rio
Grande do Norte. Carlini é a única chance de o DEM fazer um governador. O
partido está em vias de extinção e a senadora pode ser um último alento.
O problema é que Lula é popularíssimo no
nordeste e falar em José Serra por lá cria sérios problemas para a candidata.
Então, Serra começa a ser “escondido” para desespero de seus marqueteiros.
É que,
segundo a Folha de São Paulo, a rapaziada que ensina Rosalba Carlini a ser
comportar politicamente, instruiu a boa senhora a “esquecer” que seu partido
está na coalizão que apóia José Serra.
Ponto para
Dilma Rousseff? Nem tanto. Na medida em que a candidata vai sendo identificada com
a continuidade do governo Lula, pouco importa que os adversários escondam seu
principal concorrente.
No nordeste, essa postura serve muito mais aos demos do
que ao Partido dos Trabalhadores. Se uma próxima pesquisa indicar que o
crescimento da candidata do PT é sólido, Serra sofrerá ainda mais os efeitos do
fisiologismo.
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