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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pesquisas devastadoras

O fisiologismo dos políticos no Brasil faz com que pesquisas tenham efeito devastador sobre as campanhas. Ainda mais quando há suspeitas de que, em determinado momento, mesmo as “preparadas” para ajudar esse ou aquele candidato à presidência, ao governo do estado ou mesmo ao Senado, tenham que ser “ajustadas” à realidade. 

No caso dos candidatos a deputado, a coisa é meio difusa e altera menos o jogo de forças.

Os últimos resultados da pesquisa IBOPE mostrando Dilma Rousseff cinco pontos à frente do tucano José Serra já produziram resultados dolorosos para o tucanato. O Senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), por exemplo, já está aliado em seu estado ao candidato lulista ao governo, ex-ministro dos transportes, Alfredo Nascimento.

Virgílio era o mais destacado guerreiro tucano até seu nome aparecer na longa lista de parlamentares que recebem benesses que acabam voltando para os próprios bolsos ou privilegiam parentes, amigos, correligionários ou cabos eleitorais. No caso de Virgílio, ele usava verbas do Senado para manter um amigo fazendo cursos no exterior.

A suspeita fez com que o senador, outrora baluarte da oposição, capaz de desafiar os adversários com sua agressividade, fosse mudando de postura. Virgílio foi empurrado para a massa onde estão estacionados suspeitos de corrupção de todos os naipes. Seu nome foi desaparecendo da mídia e, nas raras vezes em que foi encontrado por jornalistas, pouco teve a dizer.

E pior: seu comportamento passou de agressivo para ponderado. Nos últimos meses, ao que parece, Arthur Virgílio andou fugindo dos holofotes. 

Como a popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva é grande na região norte, o senador amazonense vive uma situação difícil, com a reeleição ameaçada.  A saída, no entanto, parece ter sido a pior possível: deixar de lado as raízes tucanas e juntar-se a um candidato que foi ministro do governo do PT pode provocar a ira do eleitor fiel, conservador ou não.

Isso porque Arthur Virgílio não é apenas mais um senador tucano. Foi o líder do partido no Senado, era freqüentador assíduo da mídia e esgrimia suas críticas ao governo sob qualquer pretexto: de Jogos Olímpicos a política externa.  Sua aproximação com Alfredo Nascimento deixa espantado seus eleitores. Se voltar ao Senado, Virgílio vai começar a votar com o PT?

Coisa parecida acontece com a senadora Rosalba Carlini, candidata ao governo do Rio Grande do Norte. Carlini é a única chance de o DEM fazer um governador. O partido está em vias de extinção e a senadora pode ser um último alento.  

O problema é que Lula é popularíssimo no nordeste e falar em José Serra por lá cria sérios problemas para a candidata. Então, Serra começa a ser “escondido” para desespero de seus marqueteiros.

É que, segundo a Folha de São Paulo, a rapaziada que ensina Rosalba Carlini a ser comportar politicamente, instruiu a boa senhora a “esquecer” que seu partido está na coalizão que apóia José Serra.

Ponto para Dilma Rousseff? Nem tanto. Na medida em que a candidata vai sendo identificada com a continuidade do governo Lula, pouco importa que os adversários escondam seu principal concorrente. 

No nordeste, essa postura serve muito mais aos demos do que ao Partido dos Trabalhadores. Se uma próxima pesquisa indicar que o crescimento da candidata do PT é sólido, Serra sofrerá ainda mais os efeitos do fisiologismo.  



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