Dilma: derrota esperada em Teressópolis |
A tendência,
no caso, foi o eleitor dar preferência ao nome, ao candidato, esquecendo o
partido. Coisa antiga como andar pra frente. O PSDB ganhou com Serra, mas não passou
nem perto de eleger algum de seus candidatos em Teresópolis. O PT elegeu Nilton
Salomão deputado estadual.
É bom
observar também que o alinhamento de Teresópolis com os pequenos municípios do
Estado do Rio de Janeiro – nos grandes Dilma venceu com facilidade – reflete
toda uma situação gerada pela economia.
O município
tem na agricultura um segmento importante de sua economia, além de pretensões turísticas
até agora não totalmente realizadas. Mas, no momento, não há indícios de que
venha a ser beneficiado pelos projetos de agricultura familiar do governo
federal e nem está na mira de planos concretos para o desenvolvimento do
turismo, apesar dos eventos de 2014 e 2016 no Rio.
O PAC também
não chegou por aqui e a derrota de Dilma – que teve alguma coisa em torno de
30% dos votos no segundo turno – é um forte indicativo de que não chegará.
A
UPA do governo federal, gerida pela Cruz Vermelha, é motivo de queixas e ainda
não estão nas ruas os recursos do Pronaci - política de segurança com monitoramento
do centro da cidade feito através de câmeras e outras medidas.
O restaurante
popular é uma possibilidade e as outras apostas da administração Jorge Mario ainda
não fazem a cabeça do respeitável público local.
O
crescimento da economia nos últimos seis anos não chegou, apenas tangenciou
Teresópolis. Talvez os segmentos de construção civil (possivelmente por causa
do Pólo Petroquímico de Itaboraí) turismo (relacionado ao crescimento da renda
das famílias no Rio e Baixada) e comércio (conseqüência direta do aumento do
turismo) tenham recebido um leve sopro dos novos tempos.
Tempos em que recordes sobre recordes vão sendo
quebrados, a começar pela indústria automobilística, passando pelo setor
petroquímico, pela própria construção civil, eletrodomésticos, alimentos
industrializados, vestuário, chegando aos mais baixos índices de desemprego na
história.
Do ponto de vista do desenvolvimento da
economia, a cidade, por suas características próprias, está vendo o cavalo
passar selado, mas não tem condições de nele montar.
Então, para o
teresopolitano médio, que lê O Globo todas as manhãs, a mudança social dos
últimos anos nem foi percebida.
Um pouco
conseqüência da mídia corporativa ter-se transformado em partido político,
omitindo até onde possível os sucessos do governo do PT. Essa atitude chegou a gerar
um certo pânico quando Barak Obama disse na TV que Lula era “o cara”.
Ou quando
o presidente foi reconhecido como uma das personalidades mais influente do
mundo. Ou ainda quando foi capa de jornais e revistas internacionais, apontado
como o homem que tornou o Brasil uma potência.
Então as
conseqüências do crescimento econômico do país como um todo, passaram mais ou
menos ao largo de Teresópolis também por conta da falta de informação mais
séria
O resultado foi confirmado em 31 de outubro. Como o eleitor vota de olho
no bolso e a nível local as coisas não mudaram muito, a maioria conservadora jogou
suas fichas em José Serra.
Não deu certo,
mas o perdedor deve ter agradecido, com olhos marejados, a vitória que obteve
aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário