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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Porque Dilma não ganhou Teresópolis

Dilma: derrota esperada em Teressópolis
Pois é. Apesar da rejeição a Dilma Rousseff na eleição majoritária, na  proporcional o PT de Teresópolis até que não fez feio. Chegou próximo à casa dos 40.000 votos. Para se entender um imbróglio desses é preciso entender que, pelo menos no Estado do Rio de Janeiro, a pretensa força de partidos como o PT e o PSDB se diluiu nos municípios de menor expressão.

A tendência, no caso, foi o eleitor dar preferência ao nome, ao candidato, esquecendo o partido. Coisa antiga como andar pra frente. O PSDB ganhou com Serra, mas não passou nem perto de eleger algum de seus candidatos em Teresópolis. O PT elegeu Nilton Salomão deputado estadual.

É bom observar também que o alinhamento de Teresópolis com os pequenos municípios do Estado do Rio de Janeiro – nos grandes Dilma venceu com facilidade – reflete toda uma situação gerada pela economia.

O município tem na agricultura um segmento importante de sua economia, além de pretensões turísticas até agora não totalmente realizadas. Mas, no momento, não há indícios de que venha a ser beneficiado pelos projetos de agricultura familiar do governo federal e nem está na mira de planos concretos para o desenvolvimento do turismo, apesar dos eventos de 2014 e 2016 no Rio.

O PAC também não chegou por aqui e a derrota de Dilma – que teve alguma coisa em torno de 30% dos votos no segundo turno – é um forte indicativo de que não chegará. 

A UPA do governo federal, gerida pela Cruz Vermelha, é motivo de queixas e ainda não estão nas ruas os recursos do Pronaci - política de segurança com monitoramento do centro da cidade feito através de câmeras e outras medidas. 

O restaurante popular é uma possibilidade e as outras apostas da administração Jorge Mario ainda não fazem a cabeça do respeitável público local.

O crescimento da economia nos últimos seis anos não chegou, apenas tangenciou Teresópolis. Talvez os segmentos de construção civil (possivelmente por causa do Pólo Petroquímico de Itaboraí) turismo (relacionado ao crescimento da renda das famílias no Rio e Baixada) e comércio (conseqüência direta do aumento do turismo) tenham recebido um leve sopro dos novos tempos.

 Tempos em que recordes sobre recordes vão sendo quebrados, a começar pela indústria automobilística, passando pelo setor petroquímico, pela própria construção civil, eletrodomésticos, alimentos industrializados, vestuário, chegando aos mais baixos índices de desemprego na história.

 Do ponto de vista do desenvolvimento da economia, a cidade, por suas características próprias, está vendo o cavalo passar selado, mas não tem condições de nele montar. 

Então, para o teresopolitano médio, que lê O Globo todas as manhãs, a mudança social dos últimos anos nem foi percebida.

Um pouco conseqüência da mídia corporativa ter-se transformado em partido político, omitindo até onde possível os sucessos do governo do PT. Essa atitude chegou a gerar um certo pânico quando Barak Obama disse na TV que Lula era “o cara”. 

Ou quando o presidente foi reconhecido como uma das personalidades mais influente do mundo. Ou ainda quando foi capa de jornais e revistas internacionais, apontado como o homem que tornou o Brasil uma potência.

Então as conseqüências do crescimento econômico do país como um todo, passaram mais ou menos ao largo de Teresópolis também por conta da falta de informação mais séria 

O resultado foi confirmado em 31 de outubro. Como o eleitor vota de olho no bolso e a nível local as coisas não mudaram muito, a maioria conservadora jogou suas fichas em José Serra.

Não deu certo, mas o perdedor deve ter agradecido, com olhos marejados, a vitória que obteve aqui.


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