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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Journal of Phisical Anthropology: contacto entre europeus e americanos aconteceu cinco séculos antes da chegada de Colombo

Os Vikings levaram para a Islândia uma mulher ameríndia e seu DNA continua presente no país

Os genes dão razão a quem acreditava que os vikings chegaram ao continente americano antes de Cristovão Colombo. Indícios arqueológicos e tradições literárias há muito indicavam que habitantes do norte da Europa tinham estado naquela região do mundo.

 Agora, no entanto, é o DNA que revela a existência de um contato pré-colombiano, aproximadamente cinco séculos antes da chegada do navegador a serviço de Gênova.


A chave da pesquisa genética está em quatro famílias da Islândia, formadas  hoje por umas 80 pessoas, nas quais foram identificados, após exames de DNA, uma (linhagem) ameríndia característica de povos da América do Norte.

Até então sabia-se que os genes dos atuais islandeses procediam de países escandinavos, da Escócia e da Irlanda, “mas ninguém imaginava que sua origem viesse de ainda mais distante”, diz o Conselho Superior de Investigações Científicas, ao qual pertence um dos grupos de pesquisadores. A descoberta foi publicada na revista Journal of Phisical Anthropology.

“O povoado indígena descoberto em L’Anse aux Meadows, na Terranova, Canadá, e textos medievais islandeses como A Saga dos Groelandeses e A Saga de (?)Érique  o Vermelho, escritas no século 13, informam que os incansáveis exploradores vikings começaram a chegar à costa da América do Norte a partir do século 10”, revela um comunicado do Conselho.

Os cientistas dizem que foi uma mulher quem levou os genes dos índios americanos para a Islândia, porque a linhagem encontrada nas quatro famílias daquele país denominada C1e é da mitrocordia, uma parte da célula fora do núcleo, encarregada da produção de energia e que se herda exclusivamente por via materna.

“Como a ilha ficou praticamente isolada desde o século X a hipótese mais viável é que esses genes sejam originários  de uma índia americana que foi levada pelo wikings por volta do ano 1.000”, explica Cales Lalueza-Fox, pesquisador do Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade Pompeu Fabra. Curiosamente”, prossegue, “esse fato permaneceu oculto, possivelmente porque essa mulher era uma personagem anônima.”

A pesquisa foi realizada em colaboração com a Universidade da Islândia e a empresa farmacêutica Decode Genetics, ambas com sede em (Reikiavik).

Há quatro anos foram encontrados quatro islandeses com linhagem mitrocordial C, típica dos índios americanos e do Leste da Ásia, mas ausente no continente europeu. “Inicialmente pensou-se que esses genes procediam de famílias asiáticas que se estabeleceram recentemente na Islândia, mas quando as genealogias familiares foram estudadas, foram descobertos antepassados que já viviam na mesma região do Sul da Islândia entre 1710 e 1740”, acrescenta Lalueza-Fox.

Esse achado foi o ponto de partida da pesquisa que chegou à mulher que foi para a Islândia aproximadamente 1.000 anos atrás.


Tradução: José Attico

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